Balling Light – Custos

Após a análise feita no anterior artigo sobre o método de Balling Light decidi agora analisar uma outra variável que é o custo de manutenção deste sistema. Esta variável é importante para tentar perceber se este método tem ou não custos elevados a longo prazo e se realmente vale a pena investir nele.

Antes de mais existem alguns pressupostos para os cálculos que vão ser feitos, sendo eles:

  1. Os preços para os sais e trace elements tiveram como referencia os praticados no site da Coral-Garden;
  2. As soluções de Balling seguem à risca o standart indicado no manual da Fauna Marin;
  3. Para poder efectuar o custo real diário tive por base os meus consumos actuais (03-10-2010) no meu aquário, no entanto tal como foi possível verificar no artigo anterior os consumos vão variando ao longo do tempo e depende de aquário para aquário. No entanto considero os meus consumos actuais bastante elevados tendo em conta que o aquário está lotado dos mais variados corais e portanto é um número acima da média;

Assim sendo e tendo em atenção o que foi indicado anteriormente começamos por calcular qual o preço por Kg de cada um dos sais e depois temos que ter em atenção que segundo a formula da Fauna marin por exemplo 2Kg de Ca originam 5L de solução. Temos também que ter em atenção que se comprarmos sacos de maiores quantidades existem descontos e o preço por quilograma desce.

De seguida temos exactamente a mesma lógica mas desta vez para os trace elements. No entanto desta vez vamos ter o preço por Litro ou Mililitro (abreviado para militro na tabela) e novamente a respectiva dosagem. Atenção novamente que temos embalagens de 250ml ou 500ml com desconto na embalagem maior.

Agora que temos os custos todos calculados e sabemos a formula da Fauna Marin para as soluções vamos calcular os custos totais em euros que vamos ter mensalmente com os sais tendo em conta os consumos actuais que estou a ter (23-10-2010) e novamente ter em conta que existem sacos de 5Kg e 25Kg com preços diferentes.

Assim podemos ver que para consumos de:

  • Ca = 72 ml por dia
  • Mg = 38 ml por dia
  • Kh = 240 ml/dia

No final do mês gastamos algo entre os 6,04€ e os 7,31€ em Ca, Mg e Kh dependendo sempre claro se comprámos sacos de 5Kg ou 25Kg.

Agora temos que fazer as contas mas para os trace elements. Aqui existe um pormenor a ter em atenção. O consumo dos trace elements está directamente ligada ao consumo de Ca e Mg no aquário, consequentemente temos que relacionar o consumo dos trace com os destes 2 elementos.

Chegamos assim à conclusão que por mês gastamos cerca de 0,81€ a 1,09€ em trace elements dependendo se utilizamos garrafas de 250ml ou 500ml. Novamente e para relembrar tudo isto incide nos consumos que estou a ter actualmente no aquário.

Finalmente e sabendo já todos os custos mensais que estou a ter quer em trace elements, quer nos sais para o Balling falta a tão esperada tabela final:

Chegamos finalmente à conclusão que actualmente e se estes consumos se mantiverem por 30 dias gasto algo entro os 8,4€ e os 6,85€. Se estes consumos se mantivessem durante 12 meses isso iria então significar que ia gastar algo entre os 82,2€ e os 100,8€. Novamente ter em atenção que os custos estão relacionados com as quantidades que compramos, isto é, se compramos embalagens maiores o preço por Kg/ml cai.

Espero que estes pequenos cálculos dêem uma ideia daquilo que esperar em termos de custos de manter um destes sistemas a longo prazo. A meu ver são custos muito aceitáveis que estão em linha com muitos sistemas paralelos/rivais a este. É aqui necessário ter em atenção que o aquário não é propriamente de corais moles e também não está propriamente vazio, portanto é natural que haja consumos bastante elevados de Ca, Kh e Mg e se nos lhe fornecermos mais os corais crescem e quanto mais crescem maior o consumo sobe.

Por exemplo um método como o do Kalk que certamente é mais barato que o método de Balling nunca iria ter capacidade para fornecer a quantidade necessária de sais para todos os corais.

É necessário ter igualmente em atenção que este é um método completo, isto é, para além disto so existem as TPA’s. Muitos outros métodos (reactores de cálcio) conseguem fornecer cálcio de forma bastante competitiva e a um custo controlado mas nunca são um método tão completo como este, porque mesmo utilizando mideas avançadas essas nunca poderiam adicionar trace elements por exemplo, tendo que adquirir esses mesmos produtos à parte em outras marcas comerciais.

Nesses mesmos reactores de métodos concorrentes o que acaba por acontecer muitas vezes é o seguinte:

  • Necessidade de ter uma botija de Co2 para dissolver a mídea. Com isso vêm custos com o Co2, o sistema de injecção e um medidor de PH permanente porque o CO2 acidifica a água e portanto existe a necessidade de controlar muito de perto este parâmetro de forma constante (sem falar numa fuga de Co2 com quebras de PH e desenvolvimento de algas);
  • Nunca se consegue obter o mix na midea dentro do reactor perfeito, porque cada aquário é uma aquário e cada caso é um caso. Isto significa que muitas vezes um valor acaba por ficar em défice e outro em excesso porque não é possível de forma individual e independente controlar o Ca, Kh e Mg como é possível no balling. Um aquário de recife é um sistema complexo. Na minha experiência de 6 meses o KH foi subindo de forma tremenda, mas já o Mg subiu bastante ao início mas depois acabou por cais imenso, isto é, nada é linear tudo vai variando de semana para semana e o único método que consegue acompanhar essas varações de forma individual e independente é o método de balling.
  • Finalmente e mais uma vez este método de balling é completo porque fornece todos os elementos necessários para o desenvolvimento dos corais, ao contrário dos outros métodos que so suprimem parte dessas necessidades, tendo que ser complementados com outras formas de adição.

Espero que este artigo ajude a complementar o artigo anterior e desta forma se tenha uma visão a 360 graus de todo o sistema desde como se faz, como se aplica até ao quanto custa.

Finalmente deixo umas fotografias actuais do aquário para se tentar perceber a carga a nível de corais e seus consumos:

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Balling Light – Fauna Marin (Português)

UPDATE (17 – 01- 2012): Artigo, Manual e Links actualizados com a ultima formula da Fauna Marin.

Este artigo pretende de uma forma muito prática explicar as vantagens da utilização do sistema de Balling num aquário de Recife. Este sistema tem como principal função repor os níveis de Cálcio, Magnésio, KH e trace elements no aquário. Estes são componentes fundamentais para o desenvolvimento dos corais num sistema fechado como aquele que possuímos nos aquários em nossas casa. Se queremos manter um grande conjunto de corais saudáveis e com boas colorações, estes parâmetros químicos são uma parte essencial para atingir esse objectivo (claro que a iluminação e outros parâmetros são igualmente importantes).
Como é de conhecimento geral podemos fazer este processo de inúmeras maneiras, desde reactores de Cálcio com várias mideas, assim como com o uso de Kalk (através de um reactor ou pinga-pinga) e/ou aditivos comercializados pelas grandes marcas de aquariofilia.

No fundo todos os métodos têm as suas vantagens e desvantagens, e cabe a cada um decidir qual método que se adapta ao seu aquário. No meu caso adoptei o método de Balling porque a meu ver é de longe o melhor método, mais fácil de utilizar e que permite manter os níveis o mais estáveis possível ao longo do tempo.

Balling Light

Antes de mais há que referir que existem inúmeras variantes do método de Balling, no entanto o que estou a utilizar é o Balling Light da Fauna Marin. Para este método é necessário os seguintes items:

  • Uma bomba doseadora de pelo menos 3 saídas (mais a frente vou falar mais especificamente sobre este equipamento);
  • 3 contentores onde vamos colocar 3 soluções que irão ser respectivamente para o Ca, KH e Mg;
  • Reagentes/pós químicos que vamos colocar em cada um desses contentores;
  • Trace Elements;

Relativamente a todos estes items que é necessário possuir penso que as maiores duvidas relativamente a este método se prendem com, quais reagente precisamos comprar e onde os podemos comprar, a um preço mais baixo possível. Os 3 reagentes químicos que precisamos de adequirir são os seguintes:

  • Ca -> Calcium chloride dihydrate;
  • Mg-> Magnesium chloride hexahydrate;
  • KH-> Sodium bicarbonate;

Relativamente à questão de onde podemos comprar estes reagentes existem várias hipóteses:

  1. Comprar os sais oficiais da Fauna Marin que se encontram a venda nas lojas (solução mais cara);
  2. Comprar os sais numa farmácia ou loja que garanta qualidade (solução intermédia);
  3. Importar da Alemanha a um preço baixo;

Necessitamos igualmente como eu indiquei anteriormente dos Trace Elements. Estes Trace Elements são adicionados aos contentores de Ca + Mg e são 3 pequenos frascos que a Fauna Marin vende juntamente com a sua formula Balling Light e podem ser adquiridos separadamente em qualquer loja. Cada um desses frascos contem os seguintes elementos:

  • Strontium-Barium
  • Heavy-Metal complex
  • Iodine-Fluorine

Como é lógico quando importei os sais da Alemanha, foi em grandes quantidade para não ter que me preocupar com eles durante muito tempo (anos), assim como os trace elements. Logicamente o que recebi foi o seguinte:

Os trace elements da Fauna Marin:

Depois de ja ter todo pronto, existe agora a necessidade de aplicar a formula e preparar as soluções com os reagentes químicos. Como tinha dito anteriormente vamos ter 3 contentores e cada contentor vai ter a componente Mg, Ca e KH. Assim sendo temos que fazer as soluções para cada um dos 3 contentores (a Fauna Marin pressupõe contentores de 5L de capacidade, no entanto podemos extrapolar quantidades para maiores/menores contentores).

O manual oficial da Fauna Marin para o Balling Light (última versão actualizada) pode ser entrado no link a seguir e contem todas as instruções, portanto recomendo vivamente guiarem-se pelo mesmo, visto que é bastante simples de compreender:

De qualquer das formas vou colocar de forma sucinta e em Português como preparar as 3 soluções:

  • Ca

Pegar no 1º contentor de 5L e colocar la dentro 2Kg “Calcium chloride dihydrate” e de seguida colocar água de osmose até o nível chegar à marca dos 5L. Dissolver muito bem e no final colocar 25 ml Trace B heavy metal complex + 25 ml Trace B strontium / barium complex;

  • Mg

Pegar no 2º contentor de 5L e colocar la dentro 2Kg “Magnesium chloride hexahydrate” e de seguida colocar água de osmose até o nível chegar à marca dos 5L. Dissolver muito bem.

  • Kh

Pegar no 3º contentor de 5L e colocar la dentro 500g “Sodium bicarbonate” e de seguida colocar água de osmose até o nível chegar à marca dos 5L. Dissolver muito bem. Atenção que para este contentor a água de osmose deve ser aquecida porque a solvabilidade em água do bicabornato de sódio é muito difícil. Se no final ficarem com alguma réstia de pó no fundo do contentor é normal. No final colocar 25 ml Trace B iodine flour complex;

Assim no final temos as 3 soluções preparadas e prontas para ligar à bomba doseadora. Agora é só colocar tubos, programar a bomba doseadora e temos o sistema Balling Light stotalmente automatizado. Vamos ter algo como isto:

Como devem reparar na imagem anterior a bomba doseadora que possuo tem 4 saídas e que estão todas a ser ocupadas. Isso prende-se com o facto de eu achar que a quantidade de trace elements a serem injectados no aquário só através daqueles que a Fauna Marin oferece na sua formula são insuficientes. Assim sendo doseio diariamente 2ml de Korallen-Zucht Trace Element Complex. Eles recomendam dosear doses muito mais elevadas mas como já tenho os trace elements da Fauna Marin, estes servem só como complemento e como a marca Korallen-Zucht é muito cara acabo por ter um custo relativamente baixo com esta adição extra.

Tipicamente as perguntas que após este processo costumam surgir são relativas à programação da bomba doseadora e que quantidade colocar de cada solução ao aquário. Relativamente à bomba doseadora tipicamente são extremamente fáceis de programar, isto é, em 5 minutos ta tudo a funcionar porque elas são totalmente digitais e automáticas. Por exemplo a bomba doseadora da GHL nos só temos que indicar quantos ml (mililitros) de cada solução queremos deitar sob a formula de “x” ml * “y” vezes = “z” ml por cada 24h, isto é, se colocarmos 1 ml * 20 vezes = 20ml por dia. A própria bomba trata de intercalar os vários doseamentos garantindo que 2 soluções nunca são deitadas ao mesmo tempo. Ela também vai distribuindo o doseamento ao longo das 24h. Na prática é tudo muito fácil.

Relativamente as quantidades a deitar de cada solução, isso vai depender de cada aquário, do número de corais que possui, assim como as dimensões do aquário e crescimentos que tem. Os valores que tipicamente nos queremos ter nos nossos reefs são os seguintes:

  • Ca -> 400-440
  • Mg-> 1250-1550
  • Kh-> 8-10

Posso desde já dizer que  a solução de Kh é de longe a que necessita de ser injectada em maiores quantidades. Posso indicar +- os seguintes valores Ca e Mg (25-80ml) e Kh (150-250ml) por dia. A forma mais prática é começar num dado valor e semanalmente medir os parâmetros químicos e ajustar o doseamento. Fazer desta forma até se atingir os valores óptimos que pretendemos ter de forma estável.
Aconselho o uso de kits de medição de Ca + Mg e Kh da JBL por 2 motivos. Um motivo é que são de bastante qualidade e precisão. No entanto a JBL para cada teste que comercializa tem uma versão Refillable que custa 50% menos que o test Kit original e que so vem os líquidos (tubos, plásticos, papeis instrução, etc não vêm porque ja temos da versão completa). Desta forma podemos controlar custos e manter os parâmetros sobre olho de forma mais regular.

No entanto e de forma a pretender dar uma visão mais alargada de como tenho administrado e aplicado o Balling decidi fazer um gráfico, que mostra o histórico de injecções de soluções que tenho feito e qual o valor desse parâmetro medido no aquário. Espero desta forma ajudar a perceber como fui doseando cada um dos reagentes e como esse parâmetro flutuou ao longo do tempo. De notar que as TPA’s são automáticas de 5L por dia e apesar de muito raramente ter mudado um pouco mais ou um pouco menos ou ter durante um curto período mudado de sal (normalmente uso sempre o Red Sea Coral Pro), podemos de certa forma assumir que as soluções de Balling a serem injectadas eram as únicas a influenciar os parâmetros em questão.

Os primeiros 3 gráficos mostram a evolução e variação dos valores de KH, Mg e Ca medidos ao longo de 6 meses (se clicar na imagem aumenta a resolução):

Como é possível observar existem algumas variações mas a tendência é a de manter sempre os valores dentro da escala óptima de cada parâmetro.

De seguida vou apresentar novamente 3 gráficos para o Kh, Mg e Ca, mas desta feita com 2 dimensões. O que quero dizer com 2 dimensões? Simplesmente introduzi a dosagem que estava a ser feita de cada componente através da bomba doseadora. Por exemplo na semana “X” estive a dosear “Y” ml por dia de Ca/Kh/Mg e tinha o valor a “Z” ppm/dkh. Passemos as imagens:

Como é possível observar temos as dosagens de cada componente em mililitros (ml) e assim como o valor que esse parâmetro estava a ser medido no aquário. Espero que este gráfico ajude principalmente quem se quer iniciar neste método para que possa perceber +- que dosagens deve efectuar e como deve ir ajustando cada uma das dosagens com o passar do tempo. Como é possível no início as medições e alterações eram mais frequentes, mas com o passar do tempo foram-se espaçando. É de notar que durante este período muitos peixes, invertebrado e corais foram colocados no sistema. Consequentemente todos os corais que fui colocando foram exigindo mais elementos químicos, no entanto é possível observar que o consumo de KH e Ca foi crescendo ao longo do tempo, principalmente o do KH. Já o Mg teve um pico de consumo na altura em que introduzi os mangues no sistema e estes precisaram de se desenvolver, mas com o passar do tempo os Mangues criaram as suas folhas e raízes e o consumo de Mg baixou muito.

Finalmente deixo um grafico que relaciona o consumo de todos os 3 componentes:

Como novamente é possível confirmar o consumo de KH é enorme. O MG após o pico inicial com o desenvolvimento dos mangues foi com o tempo e de forma estável baixando, ja o CA tem de certa forma crescido de forma bastante estável.

Espero com este artigo poder responder da melhor forma a todas as dúvidas relativamente a este método. Posso dizer que após 6 meses estou extremamente satisfeito por ser um sistema completo muito fácil de manusear e que me permite ajustar de forma bastante precisa cada um dos 3 componentes (Ca, Mg, Kh) á minha bela vontade. A única preocupação que é necessário ter é de ir fazendo os contentores com os líquidos (quem tiver muito espaço pode fazer contentores com 10L ou mais que duram meses e meses) e fazer as medições com os testes químicos. Após essas medições, é só necessário ajustar na bomba doseadora aquilo que queremos aumentar ou diminuir.

GHL: Profilux Independent Dosing Pump (4x)

A GHL é uma marca Alemã que produz esta bomba doseadora que é recomendada pela Fauna Marin para usar em conjunto com o sistema de Balling. O seu uso é extremamente simples e pode ser visualizado no manual do utilizador. Até ao momento tem funcionado correctamente e para alem de um mostrador digital com Menus, cada uma das bombas pode ser removida de forma individual e substituída por uma nova. Como cada uma dessas bombas são as únicas peças de desgaste do aparelho quando avariarem não é necessário comprar novo aparelho ou ter que substituir tudo, mas sim somente a bomba que avariou. Na teoria é um equipamento muito bom e completo e tem mostrado isso mesmo na prática. Este modelo tem 4 saídas e é completamente autónomo.

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