Refúgio: Mangues & Macro Alga Chaetomorpha

Uma forma de conseguir complementar o escumador na função de remover os nitratos e fosfatos do aquário pode ser conseguido através do uso de um Refúgio. Um refúgio é simplesmente um aquário/recipiente que está ligado ao circuito da água do aquário e onde são colocados organismos vivos que de forma natural nos ajudam a manter o nosso aquário de recife. No caso do aquário que está exposto neste blog o Refúgio consiste em ter uma divisão na Sump própria para o que aqui foi descrito e que alberga uma espécie de macro alga e uma espécie de mangrove.

Inicialmente não estava previsto a utilização de mangues no sistema, no entanto mais tarde veio complementar o uso da macro alga por ter um efeito benéfico para o aquário e uma manutenção praticamente nula.

Setup

  • Sump com 3 divisórias, inserida na parte de baixo do móvel.

  • As raízes dos mangues foram colocados dentro de areia que está contida dentro dessas duas caixas plásticas na zona da bomba de retorno.

Iluminação

  • Mini-calha 2x 18w pll 6500K para a macro alga, by Aqua-Eden (possível observar na foto em cima)
  • Mini-calha com suporte no vidro 1x 18W pll 6500K, Blau

Mangrove – Mangue

Os mangues usados para este aquário foram os Red Mangrove Propagule (Rhizophora mangle), sendo que a luz que melhor se encaixa para estas plantas é aquela que é mais parecida com a luz natural, neste caso por volta dos 6500K. Podem-se usar os mais variados tipos de lâmpadas desde que se respeite o espectro e uma boa intensidade que a lâmpada emita. Os Mangues são de crescimento lento/médio e para além de consumirem os nitratos e fosfatos do aquário ao início e durante a formação e crescimento das raízes tendem a consumir bastante Magnésio.

  • Fotos mangues a 26 Fevereiro

  • Fotos mangues a 3 Junho

Como é possível observar pelas fotos existiu um crescimento bastante significativo estando alguns mais desenvolvidas do que outros.

O uso de Mangues no sistema tal como foi referido anteriormente é muito benéfico para consumo de nitratos e fosfatos, tendo sido isso provado em alguns estudos:

  • Nitratos

  • Fosfatos

No meu aquário desde que este completou o ciclo (1 mês), posso garantir que até agora e em 4 meses os nitratos e os fosfatos se têm mantido indetectaveis pelos Kit de medição da JBL. Claro que tudo influencia estes valores desde as TPA’s, ao escumador, as rotinas de manutenção, no entanto tenho a certeza que os mangues são uma grande ajuda para manter estes valores sempre controlados.

Existem pessoas que nas caixas plásticas onde estão as raizes dos mangues em vez de usarem areia de coral usam um produto chamado Miracle Mud que proporciona elementos e minerais que os Mangues vão absorver pelas raízes de forma a evitar que estes consumam magnésio e alguns trace elements da água e que os corais também precisam para se desenvolverem.

Fontes de informação sobre Mangroves/Mangues

Macro Algas

No segundo compartimento da sump foi colocada a macroalga Chaetomorpha. Esta alga é muito utilizada nos aquários de recife por ter um crescimento rápido e consequentemente consumir também rapidamente nitratos e fosfatos e por não libertar esporos ou outro tipo de sementes que mais tarde possam vir parar ao aquário principal e criem uma praga dentro do aquário. Uma alga também muito comum e que é usada nos aquários de recífe é a Caulerpa mas esta pode libertar esses esporos e portanto acaba por não ser muito aconselhado o seu uso no aquário.

  • Fotos da Chaetomorpha

Esta macro alga juntamente com os mangues constituem o refúgio do meu aquário.

No entanto existem outros tipos de macro algas como a Botryocladia uvaria que se caracteriza por ter uma cor avermelhada ou a Ulva sp. que pode inclusivamente ser encontrada na nossa costa e que vem dar as praias Portuguesas. Estas duas algas podem ser consumidas por peixes herbívoros caso eles lhe ganhem o gosto e consomem igualmente Nitratos e Fosfatos do sistema.

Geralmente as macro-algas consomem os nitratos e fosfatos a uma velocidade muito maior que os mangues devido ao seus muito rápido crescimento, no entanto requerem alguma manutenção (lavagem de 15 em 15 dias). Têm ainda duas vantagens que é a de servirem de filtro mecânico caso estejam na Sump e isto aplica-se à Chaetomorpha que como se pode ver nas fotos é muito densa e também acumulam imensos micro-organismos muito importantes para o sistema. Por exemplo copepods, que servem de alimento a muitos peixes que nos temos no nosso aquário, nomeadamente à família dos Mandarins (Dragonets).

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OceanLife Zeus 400 UPS (Português)

Um equipamento importante e que pode salvar os organismos vivos presentes  no aquário em caso de falha de energia é o uso de uma UPS (Uninterruptible Power Supply).

A UPS que está em análise desta review é um produto da OceanLife e o principal objectivo que se pretende aqui demonstrar é o número de horas que esta UPS, ligada a um conjunto de baterias, consegue alimentar determinado equipamento. No caso da Zeus as suas principais características são:

-> Fornecer a energia eléctrica sobre a forma de uma onda sinusoidal pura até ao máximo de 400W;

-> Controlo por um microprocessador;

-> Gestão inteligente das baterias;

-> Protecção contra picos de energia;

-> Menu digital de apresentação do estado de funcionamento;

A tabela detalhada das suas características:

Tal como pode ser lido nesta tabela, para a UPS poder funcionar necessita que tenha ligado á mesma um conjunto de baterias (podem ser ligadas em série ou em paralelo) e que no seu conjunto perfaçam 24 Volts.

As baterias que devem ser utilizadas e que são recomendadas são as baterias de Gel e/ou VRLA. Este aspecto é importante porque apesar deste tipo de baterias ser mais caro que as baterias convencionais (por exemplo as usadas em carros), estas são baterias mais apropriadas para estarem dentro de casa porque em princípio não terão libertação de ácidos e requerem uma manutenção baixa ou até mesmo nula.

Para esta Review foram usadas duas baterias da marca Ultracell (made in UK) de 12 Volts cada ligadas em série á UPS na mesma forma como se pode ver na figura ao lado.

A ligação em série é necessária para cumprir um pré-requisito da UPS, que é uma voltagem de entrada de 24 Volts. Assim necessitamos de 2 baterias de 12 Volts para poder cumprir esse pré-requisito. Podem ser usadas outras combinações de baterias (1x bateria 24V; 4x baterias 6V; etc) no entanto estas baterias de 12 Volts são as que mais facilmente se encontram no mercado á venda e com maior variedade.

Existe também a possibilidade de ir fazendo upgrade ao conjunto de baterias, isto é, posso continuar a adicionar baterias á UPS ligadas em serie e/ou paralelo, desde que no final tenha 24 Volts de entrada.

Para esta Review foram utilizadas 2 baterias de 12 volts e 18Ah (Ampere hora): Ultracell ul18-12. São baterias do tipo VRLA e dentro daquelas que tinha a escolha eram as que apresentavam a melhor relação custo/Ah.

Sabendo que temos que adquirir baterias do tipo GEL ou VRLA, o próximo passo é saber qual a capacidade das baterias que devemos escolher. Para isso vamos precisar de uma máquina de calcular.

Formulas gerais de cálculo

  • X (watts totais) / Y (24 Volts) = Z (Ah)
  • W (capacidade das baterias Ah) / Z (Ah) = K (horas)
  • K (horas) * 0.9 = L (horas finais)

X– São os watts totais que vão estar ligados á Zeus, isto é, se tivermos uma bomba que consome 21 watts, vamos colocar 21W + o consumo da Zeus que penso que andará pelos 16Watts;

Y– Como vamos ligar o sistema em 24 volts dividimos por este valor;

Z– Como resultado vamos ter o consumo do sistema em Amperes hora (Ah). 21W+16W/24V= 1.5416 Ah

W– Aqui vamos colocar qual a capacidade das baterias em Ah. Existem baterias que vão dos 1Ah-80Ah, a escolha é variada. Para o meu caso vou ter 2 baterias de 12 Volts de 18Ah cada. Ficamos com 18Ah a 24V. Vou ter então 18Ah/1.5416 Ah= 11.67 horas

L– Como a UPS protege as baterias de se estragarem, quando a carga das baterias chega aos 10% ela desliga-se. Assim sendo multiplicamos as 11.67 horas * 0.9 = 10.5 horas

Como é possivel ver a formula de cálculo é bastante simples. So temos que saber quantos e quais equipamentos devemos ligar a UPS para poder calcular o número de watts que vão consumir e depois escolher quantas horas queremos que o sistema se mantenha em funcionamento. Depois disso temos que escolher se queremos baterias com mais ou menos Ah e claro que o preço varia consoante este dado.

Resultados

UPS: Zeus UPS 400
Bomba: Vortech MP40W Gen2 @ ReefCrest @ 100% (9W-28W)
Baterias: 2x UltraCell 12V-18Ah (UL 18 – 12)

A bomba de circulação usada e ligada á UPS é uma Vortech MP40W gen2 a funcionar a 100% da sua velocidade máxima e no seguinte programa:

Para este modo eu estimei um consumo médio de 21W, no entanto não sei se corresponde á realidade porque é um modo semi-random e variável.

Como resultado final obtive o seguinte gráfico:

Assim sendo tive um uptime de 10 horas com o setup indicado anteriormente. Se pretender aumentar este uptime para 20h só necessito de ligar mais outro par de baterias iguais.

A esta UPS só liguei a Vortech MP40W no entanto possivelmente também ligarei os leds moonlight que têm um consumo mínimo e permite que os peixes não fiquem tão stressados em caso de falha de energia. A Vortech ligada á UPS permite manter os níveis de oxigénio na água altos e prevenir morte dos seres vivos durante a falha de energia.

Existem outras formas de fornecer energia ao aquário, no entanto e nesta Review so vou analisar a solução Zeus e Vortech Battery Backup.

UPDATE (17 – 01- 2012): 

Após algumas falhas de luz por casa decidi duplicar o número de baterias de modo a ter o dobro da capacidade de armazenagem de energia. As baterias são da marca Zenith e continuam a ser de 18A  e foram todas colocadas e fechadas dentro de uma caixa com espaços para ventilar.

Manuais

Vortech Battery Backup

Certamente e após ler a Review alguns se podem questionar se eu tendo uma bomba Vortech MP40W2 gen2 porque é que eu não uso este acessório. Pretendo agora explicar o porquê de eu rejeitar este acessório em detrimento de um sistema Zeus.

Como devem saber existem 2 controladores diferentes para este tipo de bombas. Um controlador antigo e um novo controlador. Estes controladores oferecem possibilidades diferentes que são relevantes para este tema.


O que acontece com a Vortech Battery Backup e com o controlador antigo é o seguinte:

  • Em caso de falha de energia a bomba baixa para 20% da sua velocidade máxima, isto é, uma velocidade extremamente baixa.
  • O meu aquário em funcionamento normal tem 1X Deltec APF600 + 1X OceanRunner 3500 + 1X Vortech MP40W a 100% a oxigenar a água. Em caso de falha de energia tudo isto fica parado excepto 1X Vortech MP40W a 20%.

Com o controlador novo acontece o seguinte:

  • Exactamente o mesmo que foi descrito anteriormente, mas é possivel regular a velocidade de 0% – 50%.
  • Isto acontece porque o funcionamento da Vortech é a 24V. No entanto a bateria fornecida pela Vortech é de 12V, isto é, no melhor das hipóteses a bomba no máximo ligada á bateria so vai poder rodar a 50% da sua velocidade.

A bateria fornecida pela Vortech é de 12Ah. Como é que a vortech anuncia 36h de uptime ligada a bateria de tão baixos amperes? Porque a sua velocidade cai para 20% da sua velocidade máxima, isto é, fica a rodar muito devagarinho. Se pelo novo driver regular a sua velocidade para 50% da velocidade máxima este uptime de 36h passa para 14h e mesmo assim a vortech so a rodar a 50% da sua velocidade máxima.

E entretanto estamos a pagar 200€ por uma bateria de 12Ah mais um carregador de bateria (é um pouco rudimentar porque o driver deveria carregar a bateria, mas o que acontece é que a vortech fornece uma carregador secalhar de qualidade duvidosa para carregar uma bateria. Existem alguns casos na Reefcentral em que se questiona a qualidade deste carregador)
Junta-se o novo driver por +-60€, isto é, no total 260€.

Se formos analisar a Zeus acontece o seguinte:

  • Custa 220€ e este preço é so para o carregador, isto é, a função da Zeus é so carregar e gerir as baterias que la ligarmos. No fundo a Zeus comporta-se como o carregador que a Vortech fornece e também como gestora das baterias , so que tem uma qualidade muitíssimo superior ao mero carregador da Vortech.
  • No entanto estes 220€ da Zeus não inclui nenhuma bateria. No entanto podemos comprar duas baterias de 12V cada de 18Ah por 40€ cada uma, isto é, no total o sistema da Zeus com estas baterias vai custar 300€.

Este sistema é mais caro, mas agora é que vão aparecer as vantagens tendo em conta estes preços:

  • A Vortech tem uma bateria de 12Ah a 12V.
  • A Zeus fica com 18Ah a 24V, isto é, permite ter a vortech a 100% da sua capacidade em caso de falha de energia (ou se tiver em casa reduzir á minha vontade na rodinha) durante o mesmo período de tempo que a Vortech Battery Backup. No fundo temos mais Ah e mais voltagem.
  • Mas ainda existe uma segunda vantagem para a Zeus, é que por mais 80€ coloco mais 2 baterias e passo a ter 4 baterias e duplicar o uptime para 24h. Se quiser posso adicionar mais outras duas baterias por mais 80€ e passar a ter 36horas de uptime, isto é, tem uma grande capacidade de upgrade por custos baixos.
  • Outra vantagem é que posso ligar outros equipamentos a Zeus. Posso por exemplo ligar o moonlight em caso de falha de luz que so gasta 1-3W, ou em vez de ligar a vortech, ligar a bomba de retorno, etc.

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